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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Mesa-Redonda 1 - Respostas do funcionalismo à tensão entre transparência e opacidade
Resumo A transparência representa a situação extrema em que uma língua exibiria uma relação consistentemente biunívoca entre unidades formais e unidades funcionais e, na realidade, é justamente desse grau máximo de transparência que as línguas, tomadas como instrumentos de comunicação pela teoria funcionalista, deveriam dispor para atingir o grau máximo de eficiência comunicativa. Não é evidentemente esse o panorama geral: a maioria das línguas do mundo não dispõe de transparência em grau máximo e muitas chegam a exibir mesmo um grau muito elevado de opacidade (HENGEVELD, 2011). A opacidade se vincula ao fato de a codificação morfossintática dispor de seus próprios princípios de organização, quando, por exemplo, a uma língua se impuser um padrão de ordenação arbitrário que não pode ser considerado funcionalmente motivado. Em função de seu caráter simbólico, a linguagem humana é capaz, portanto, de tolerar um grau muito elevado de arbitrariedade entre forma e função; nem por isso, deixa de haver uma quantidade considerável de fenômenos que mostram certa homologia entre unidades formais e unidades de conteúdo, ou iconicidade, detectável no modo como, por exemplo, a ordem de codificação morfossintática reflete a ordem das categorias das dimensões pragmática e semântico-cognitiva. A relação entre morfossintaxe e as dimensões pragmica e semântico-cognitiva, que lhe servem de input, numa perspectiva funcional, é governada por princípios que contribuem para maximizar o paralelismo entre as estruturas, encarecendo a transparência e a facilidade de interpretação da estrutura linguística (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008, p. 283). O objetivo desta mesa-redonda é discutir se o balanço entre transparência e opacidade deveria requerer, de análises funcionalistas, uma análise formal mais precisa da estrutura morfossintática, sem perder de vista as restrições de ordem funcional, que resultam naturalmente das dimensões pragmática e semântico-cognitiva.