| Resumo |
Este simpósio articula duas perspectivas teóricas: Análise de Discurso e Psicanálise. O objeto de nossa reflexão inscreve significante e sentido em cadeias nas quais inconsciente e ideologia trabalham na constituição de um sujeito de linguagem. Sujeito este sempre barrado, sujeito a, vir-a-ser. É na relação da língua na história que nos damos conta de que o sujeito é, ao mesmo tempo, sujeito do inconsciente – que comparece nos atos falhos, nos chistes, nos sonhos – e sujeito da ideologia – manifestando ilusoriamente que há comunicação, precisão do sentido, adequação da linguagem ao querer dizer o mundo pelo pensamento. Assim, nosso simpósio pretende refletir sobre: 1- o lugar da letra que inscreve o sujeito do inconsciente marcado pela ideologia, considerando que, no movimento da língua na história, muitos sentidos podem se dar (ou se apagar) na cadeia significante? 2- as imbricações e distanciamentos teóricos entre significante e sentido e suas relações com a significação e o não-sentido 3- onde e quando a palavra encontra o corpo sustentando o advir do humano? 4- as regularidades envolvidas no uso de aplicativos de relacionamento, onde a questão do corpo ocupa espaço de destaque: o que daí se inscreve nos sujeitos? 5- o que é do inconsciente no social e como as questões que dizem respeito ao sujeito se colocam hoje como corpo no social? Nosso simpósio deseja fomentar um pensamento sobre as relações que se colocam na contemporaneidade entre inconsciente e ideologia. Pretendemos tecer nossos dizeres sabendo que cada dito traz um não-dito e que o que constitui o humano são as variadas possibilidades em cada dizer e não-dizer. Em nossos percursos de pesquisa, sustentamos que não há comunicação plena possível ou mesmo neutra, posto que o sentido é construção do significante no sujeito na história, deslize de significante em significante, relação de dizeres a dizer, não-ditos e inauditos que movimentam e inauguram im-possibilidades de interpretação.Â
|
